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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ibiapaba: Origens Indígenas e Fundadores Europeus

Na maioria dos textos que lemos sobre a história da Ibiapaba e de suas cidades , temos o reforçar do mito fundador ligado a um personagem ou grupo branco europeu de forma a negar a presença histórica das populações indígenas que embora mostradas na literatura regionalista alencarina, esta etnia é apresentada de forma a adequar-se a cultura europeia, ou mesmo em estrutura monumental como os índios na cidade de São Benedito-Ce, que aparecem usando crucifixos.
Devemos ainda atentar para as produções textuais sobre as populações indígenas feitas pelos europeus, e, neste sentido a leitura destes materiais deve ser feita tendo o cuidado com os preconceitos, pois a cruz (igreja) e a espada (coroa portuguesa e francesa) desde o século XVII procuraram moldar os costumes dos Tabajaras e ainda hoje o legado europeu compromete uma visão desprovida de alteridade cultural.
Falar sobre a história, tanto de ruas, cidades, prédios da região da Ibiapaba é também refletir sobre os mitos fundadores e a disputa de memória, onde o próprio nome, culinária, artesanato, possuem origem indígena, mas contraditoriamente há um enaltecimento dos ditos “desbravadores” de mentalidade européia que nos vitimou a crescermos vendo os índios como “pano de fundo” da nossa cultura , ou mesmo enxergando sua “morte” cultural de forma a associar esta realidade aos dizeres de Walter Benjamin, filósofo, crítico literário e ensaísta alemão de origem judaica que reflete em seu texto sobre o conceito de história: “Nunca houve um monumento da cultura que não fosse também um monumento da barbárie.

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